O novo filme de David Cronenberg é feito de ambiguidades e incertezas, assim como é mostrado o universo de seu personagem principal, Eric Parcker (Robert Pattinson). Ele é um bilionário autodestrutivo que vive um casamento de fachada e passa 24 horas por dia cercado de subalternos e bajuladores que recebe em encontros furtivos em sua limusine blindada, uma espécie de fortaleza inexpugnável que o mantém distante do caótico mundo lá fora. Nesse seu espaço sagrado, tem do exterior o que lhe convém, manipulando pessoas e informações em benefício próprio e de seus negócios.
Parcker é a personificação de uma sociedade moderna regida pelo controle da informação e pautada pela volatilidade dos mercados financeiros. É esse mundo que Cronenberg pretende criticar em 'Cosmópolis', cujo o resultado é tão ou mais confuso e desordenado que o sistema que pretende censurar. O mundo fora da limusine de Parcker está desmoronando. Em certa medida o personagem tem bons motivos para se isolar. Há ameaças de assassinato de líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos. Ele mesmo é uma vítima em potencial, ou pelo menos acredita que é. Manifestantes tomaram as ruas atacando os símbolos de poder, incluindo sua fortaleza sobre rodas.
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Postado por Beatriz
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